slider top

Depressão atinge mais de 5% dos brasileiros


Por Pedro Moraes

“A depressão começa do insípido, nubla os dias com uma cor entediante, enfraquece ações cotidianas até que suas formas claras são obscurecidas pelo esforço que exigem, deixando-nos cansados, entediados e obcecados com nós mesmos — mas é possível superar isso. Não de uma forma feliz, talvez, mas pode-se superar. Ninguém jamais conseguiu definir o ponto de colapso que demarca a depressão severa, mas quando se chega lá, não há como confundi-la.” O trecho extraído do livro O Demônio do Meio-dia: Uma Anatomia da Depressão é um relato pessoal de seu autor, o psicólogo norte-americano Andrew Solomon, sobre a doença. Ao dividir sua batalha pessoal através da obra — vencedora do National Book Awards 2001, na categoria não ficção — se tornou uma referência no tema e a publicação, um best-seller. Também pudera, o número de casos em todo o mundo só cresce.

Segundo os dados recentes da OMS (Organização Mundial da Saúde), a depressão afeta 322 milhões de pessoas no mundo. Em dez anos, de 2005 a 2015, esse número cresceu 18,4%. No País, 5,8% da população sofre com a enfermidade, que afeta um total de 11,5 milhões de brasileiros. Segundo os dados da OMS, o Brasil tem a maior prevalência na América Latina e a segunda maior prevalência nas Américas, ficando atrás somente dos Estados Unidos, que têm 5,9% de depressivos. “Os fatores desencadeadores no País são muitos. Há uma situação de migração social grave e as crises política e financeira que atingem diretamente as pessoas com a perda da esperança e da fé. Isso tudo faz a ansiedade aumentar e, assim, se instala. É preciso levar essa questão a sério porque 25% das pessoas no País já tiveram ou ainda vão ter depressão”, alerta o psiquiatra Antônio Geraldo da Silva, presidente da Associação Psiquiátrica da América Latina e diretor da Associação Brasileira de Psiquiatria.

“Depression begins from the insipid, clouds the days with a tedious color, weakens everyday actions until their clear forms are obscured by the effort they require, leaving us tired, bored and obsessed with ourselves — but it is possible to overcome this. A happy form, perhaps, but it can be overcome. No one has ever been able to define the point of collapse that marks severe depression, but when one arrives there, there is no way to confuse it.” The excerpt from The Noonday Demon: An Anatomy of Depression is a personal account of its author, the American psychologist Andrew Solomon, about the condition. This account of his personal battle — which won the 2001 National Book Award for non-fiction — became a standard reference on the subject and a bestseller. Since then, the number of cases of depression around the world has only grown.

According to recent data from the World Health Organization (WHO), depression affects 322 million people worldwide. In ten years, from 2005 to 2015, this number grew 18.4%. In Brazil, 5.8% of the population suffers from the condition, which affects a total of 11.5 million Brazilians. According to WHO data, Brazil has the highest prevalence in Latin America and the second highest prevalence in the Americas, falling behind only the United States, which has 5.9% of depressives. “The triggering factors in the country are many, there is a situation of serious social migration and the political and financial crises that directly affect people with the loss of hope and faith. I need to take this issue seriously because 25% of the people in the country have had or will still have depression,” said psychiatrist Antônio Geraldo da Silva, president of the Latin American Psychiatric Association and director of the Brazilian Association of Psychiatry.

(To read the complete report, please visit Folha de Londrina: O Jornal do Paraná.)