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‘A intolerância é racista e egoísta’, diz Andrew Solomon, que lança livro sobre suas andanças pelo mundo


Lugares distantes

Lugares distantes: Como viajar pode mudar o mundo, de Andrew Solomon. Companhia das Letras (560 págs.; R$ 79,90; R$ 39,90 o e-book)

de Nelson Vasconcelos

[A]os 54 anos, Solomon tem se empenhado em mostrar que conhecer outros povos e culturas nos ajuda a combater a intolerância, grande mal dos dias de hoje. Este é o recado de Lugares distantes: Como viajar pode mudar o mundo, que chega este mês às livrarias brasileiras pela Companhia das Letras.

Seu livro sobre depressão já virou um clássico. Como você relacionaria viagens e depressão, dois assuntos (aparentemente) distantes?

Costumo dizer que depressão é uma maneira de você ficar enroscado em si, enquanto viajar significa se abrir para o mundo. No fim, acho que são dois opostos de uma mesma questão. Viajar permite ver os outros numa perspectiva melhor. Além disso, se você anda em depressão e mergulha numa outra sociedade, suas preocupações vão ao encontro daquela sociedade. E isso é bom.

A importância de se relacionar com os outros é justamente uma das mensagens de “Lugares distantes…”.

Existe uma grande animosidade no mundo em relação à diversidade entre países e, vamos encarar isso, há também uma falta de compreensão entre uns e outros. Por isso, acho incrivelmente valiosa esta experiência de ir a outro país para entender que existem outras maneiras de viver e de fazer as coisas, e que pessoas querem fazer coisas de um jeito diferente do que nós queremos.

Seu novo livro, nesse ponto, também tem a ver com globalização e um certo pensamento que quer determinar que todos se comportem de uma mesma maneira. Como um país pode estar globalizado sem perder suas peculiaridades?

Esta aí é a grande dificuldade. Nós perdemos parte da nossa identidade nacional à medida que estamos nos globalizando. Temos que entender que isso é parte do preço da globalização. Temos que decidir se ela é ou não mais importante do que os aspectos da identidade particular. Mas acho que, em grande medida, o sentido de identidade nacional vai permanecer forte. Ser global não significa dizer “Sou igual a qualquer outro”. Significa dizer “Estou aberto a outras pessoas”. Receber outras pessoas, outros pensamentos, outros modos de vida e integrá-los à nossa sociedade é uma atitude muito diferente e muito mais poderosa.

(To read the full interview, please visit O Globo.)