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Rigor e compaixão pautam livro ousado (Rigor and compassion guide daring book)


Longe Da Árvore: Pais, Filhos e a Busca Da Identidade. São Paulo: Companhia das Letras, 2013.

Longe Da Árvore: Pais, Filhos e a Busca Da Identidade. São Paulo: Companhia das Letras, 2013. Read an excerpt

de Luiz Fernando Vianna

Concisão não é o forte de Andrew Solomon. Depois das 500 páginas de O Demônio do Meio-dia, sobre depressão, agora são as mil de Longe da Árvore. A prolixidade soa paradoxal se pensarmos que há, em seus livros, o desejo de difundir em grande escala informações acerca dos assuntos escolhidos. A impressão de paradoxo se dilui quase completamente quando se começa a ler Longe da Árvore. O trabalho do jornalista norte-americano é um dos mais minuciosos que possam existir sobre temas como autismo, síndrome de Down e esquizofrenia. Concilia levantamento exaustivo de dados com entrevistas feitas com 300 famílias ao longo de dez anos. É, também, um dos mais ousados conceitualmente. Solomon adota a classificação “identidades horizontais” para abarcar num só espectro situações tão diferentes quanto a de um anão e a de alguém nascido de um estupro; um surdo e um transgênero… Mas o acerto de Solomon está exatamente em apontar aproximações entre as várias identidades que estuda… Como ótimo jornalista, vai desmontando falsas certezas, mudando de caminho ao longo das narrativas para dar vez ao contraditório e, assim, ampliar o conhecimento sobre os temas… Os protagonistas do livro não são os números, mas as pessoas.

(Brevity is not Andrew Solomon’s forte. After 500 pages of The Noonday Demon, about depression, now come thousands of pages of Far from the Tree. The prolixity sounds paradoxical when there is, in his books, so much information about his chosen subjects. The impression of paradox dissolves almost completely when one begins to read Far from the Tree. The work of this American journalist may be one of the most thorough that exists on issues such as autism, Down syndrome and schizophrenia, who cites to exhaustive survey data with interviews with 300 families over ten years. It is also one of the most conceptually daring. Solomon adopts the classification “horizontal identities” to encompass in a single spectrum situations as diverse as a dwarf, a child born of rape, a deaf person and a transgender person… But the wisdom of Solomon is correct in pointing out similarities between the various identities that he studies … This great journalist, doing away with false certainties, changes the way along his narrative to give time to contrasting views and thus expand the knowledge on these subjects… The protagonists of the book are not statistics, but people.)

(To read the full review, please visit Folha da Sao Paolo.)