slider top

Andrew Solomon: ‘Estamos vivendo em tempos desesperados e instáveis’


by Amanda Mont’Alvão Veloso

Em entrevista ao HuffPost Brasil por e-mail, o escritor versa sobre a vulnerabilidade pouco admitida nas celebridades, a facilitação do suicídio trazida pelo acesso a armas de fogo, a relação entre as mortes e políticas de intolerância, e a urgência da prevenção do suicídio.

HuffPost Brasil: A tristeza e a depressão são temas bastante caros a você. O que você aprendeu com seus momentos mais agonizantes? E, na sua opinião, qual o valor da tristeza para nossas vidas?

Andrew Solomon: O primeiro ponto a fazer é que tristeza e depressão não são a mesma coisa. A tristeza é uma parte importante do espectro de humor e seríamos desumanos sem ela. Se a morte daqueles que você ama não a deixasse triste, você não se envolveria no amor como a conhecemos. Há um enorme valor na tristeza; é o curso de todo o nosso envolvimento com o mundo. Já a depressão representa um distúrbio do espectro do humor e, embora possa conter tristeza, muitas vezes contém outros sintomas de forma mais proeminente. O oposto da depressão não é a felicidade, mas a vitalidade, e é ela que desaparece mais significativamente na depressão. Sentimentos de inutilidade, desespero, isolamento e medo são todos parte do que se passa com você na depressão, e qualquer um desses sentimentos pode ser motor do suicídio. Você pode aprender muito com a depressão se ela não matar você, mas o que você aprende não é sobre tristeza; é sobre o instinto de sobrevivência, sobre como as pessoas continuam indo em frente diante do que parece ser um nível insondável de desespero.

In an email interview with HuffPost Brasil, the writer talks about the vulnerability not widely accepted in celebrities, the facilitation of suicide brought by access to firearms, the relation between deaths and intolerant policies, and the urgency of suicide prevention.

HuffPost Brasil: Sadness and depression are quite important themes to you. What have you learned from your most agonizing moments? And, in your opinion, what is the value of sadness for our lives?

Andrew Solomon: The first point to make is that sadness and depression are not the same thing. Sadness is an important part of the mood spectrum and we would not be human without it. If the death of those you love did not sadden you, you would not have loved as we know it. There is tremendous value in sorrow; it is the course of all our involvement with the world. Depression, on the other hand, represents a disturbance of the mood spectrum, and although it may contain sadness, it often contains other symptoms more prominently. The opposite of depression is not happiness, but vitality, and it disappears most significantly in depression. Feelings of worthlessness, despair, isolation and fear are all part of what happens to you in depression, and any of these feelings can be the engine of suicide. You can learn a lot from depression if it does not kill you, but what you learn is not about sadness; it’s about survival instinct, about how people keep moving forward in front of what appears to be an unfathomable level of despair.

(To read the full interview, please visit HuffPost Brasil.)